CUNONIACEAE

Weinmannia organensis Gardner

LC

EOO:

54.150,556 Km2

AOO:

104,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Santos-Silva et al., 2019), com ocorrência nos estados: MINAS GERAIS, Municípios de Camanducaia (Dutilh 31211), Bocaina de Minas (Schumm 36), Itamonte (Martinelli 10820), Aiuruoca (Menini Neto, Salimena & Nobre 954), Ouro Preto (Lisboa S/N), Lima Duarte (Magalhães 514); RIO DE JANEIRO, Municípios de Itatiaia (Porto S/N), Rio de Janeiro (Glaziou 8246), Resende (Prance 30134), Nova Friburgo (Uhlmann 503), Teresópolis (Badini S/N); SÃO PAULO, Municípios de São paulo (Brade 20765), Campos do Jordão (Gianotti et al. 26711), São Bento Do Sapucaí (Arzolla & Paula 1078), São José do Barreiro (Freitas & Martin-Gajardo 64), Cananéia (Pirani 525).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Marta Moraes
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore ou arvoreta de até 7 m, endêmica do Brasil (Santos-Silva et al., 2019). Foi documnetada em Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Decidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) associadas ao Cerrado e a Mata Atlântica (Santos-Silva et al., 2019) nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, em altitudes que variam entre 1100 m a 1850 m. Apresenta distribuição ampla, EOO=47669km² (duas vezes o valor do limiar para categorias de ameaça), ocorrência em múltiplas fitofisionomias florestais e mais de 10 situações de ameaça, considerando-se os municípios em que foi documentada. Adicionalmente, foi registrada em diversas Unidades de Conservação de proteção integral, que tradicionalmente resguardam de forma relativamente eficiente as florestas situadas em altitudes elevadas, como as formações que W. organensis ocorre. A espécie havia sido considerada "Quase ameaçada" (NT) anteriormente, mas considerando-se sua amplitude ecológica, elevado valor de EOO, coletas recentemente realizadas, inclusive dentro de Unidades de Conservação, e sua preferência por florestas situadas em altitudes impróprias para a agricultura ou expansão urbana, posicionam a espécie como "Menor preocupação" (LC) neste momento. Entretanto, diante das sérias ameaças enfrentadas pela tanto pela Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019; Tabarelli et al., 2005) como pelo Cerrado (Klink e Machado, 2005), recomenda-se ações de pesquisa (distribuição, números e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, uma vez que a persistência dos vetores de stress descritos podem ampliar seu risco de extinção no futuro.

Último avistamento: 2012
Quantidade de locations: 15
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim
Razão para reavaliação? Other
Justificativa para reavaliação:

A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Quase Ameaçada" (NT) na Portaria 443 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação re-acessado após 5 anos da última avaliação.

Houve mudança de categoria: Sim
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2012 NT

Perfil da espécie:

Obra princeps:

​Descrita em London J. Bot. 4: 104. 1845.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Em estudo fitossociológico das espécies arbóreas de floresta alto-montana, no distrito de Monte Verde, município de Camanducaia, no Estado de Minas Gerais, foram amostrados três indivíduos em uma área de 3.500 m² (Meireles et al., 2008).
Referências:
  1. Meireles, L.D.; Shepherd, G.J.; Kinoshita, L.S., 2008. Variações na composição florística e na estrutura fitossociológica de uma floresta ombrófila densa alto-montana na Serra da Mantiqueira, Monte Verde, MG., Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v.31, p.559-574.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree, bush
Longevidade: unkown
Biomas: Cerrado, Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Floresta Estacional Semidecidual, Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar e/ou de Galeria
Fitofisionomia: Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Densa, Savana Arborizada
Habitats: 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest, 2 Savanna
Clone: unkown
Rebrotar: unkown
Detalhes: Árvores ou arvoretas de até 7 m, terrestre, com ocorrência confirmada em Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Decidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) associadas ao Cerrado e a Mata Atlântica (Santos-Silva et al., 2019).
Referências:
  1. Santos-Silva, F.; Cabral, A.; Cardoso, P.H. Cunoniaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB7128>. Acesso em: 08 Mai. 2019

Reprodução:

Fenologia: flowering (Jan~Fev), flowering (Apr~May), flowering (Sep~Dec), fruiting (Mar~Apr), fruiting (Jun~Jun)
Estratégia: unknown
Sistema: unkown

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1 Residential & commercial development habitat past,present,future regional very high
A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650 km² de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).
Referências:
  1. Tabarelli, M.; Pinto, L.P.; Silva, J.M.C. et al., 2005. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching habitat,locality past,present,future regional very high
A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25 ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os Cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000 km² - uma área equivalente ao Estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink e Machado, 2005).
Referências:
  1. Klink, C.A., Machado, R.B., 2005. A conservação do Cerrado brasileiro., Megadiversidade, p.147-155.

Ações de conservação (4):

Ação Situação
5.1.3 Sub-national level on going
Espécie considerada "Vulnerável" (VU) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).
Referências:
  1. Secretaria de Estado do Meio Ambiente , São Paulo (SMA-SP), 2004. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP.
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
Ocorre em Unidades de Conservação (SNUC): PARQUE NACIONAL DA SERRA DPS ÓRGAOS e PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA, no estado do Rio de Janeiro; PARQUE NACIONAL DE BRASÍLIA, no Distrito Federal; e PARQUE ESTADUAL DA ILHA DO CARDOSO, em São Paulo (CNCFlora, 2011). Além disso, foi registrada em: ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL SERRA DA MANTIQUEIRA e PARQUE ESTADUAL SERRA DO PAPAGAIO.
Referências:
  1. CNCFlora, 2011. Weinmannia organensis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Weinmannia organensis>. Acesso em 6 maio 2019.
Ação Situação
3.1 Species management on going
A espécie ocorre em territórios que serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Paraná (19) e Território São Paulo (20).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie avaliada como "Quase Ameaçada" (NT) está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014).
Referências:
  1. Ministério do Meio Ambiente (MMA), 2014. Portaria nº 443/2014. Anexo I. Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção. Disponível em: http://dados.gov.br/dataset/portaria_443. Acesso em 14 de abril 2019.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.